Ando há uns dias a fazer experiências para o natal. Estrelas, árvores, coroas, com papeis reciclados ou lindos papeis de origami.
Hoje tive uma ideia: tenho pedido que guardem e me entreguem os “envelopes” das saquetas do chá, e tenho usado para fazer em muito pequeno alguns origamis. Hoje resolvi fazer uma coroa. Usei a mesma técnica modular que aprendi para a árvore e fui encaixando triângulos até fazer a coroa.

Dias de Natal
Natal. E, só pelo facto de o ser, o mundo parece outro. Auroreal e mágico. O homem necessita cada vez mais destas datas sagradas. Para reencontrar a santidade da vida, deixar vir à tona impulsos religiosos profundos, comer e beber ritualmente, dar e receber presentes, sentir que tem família e amigos, e se ver transfigurado nas ruas por onde habitualmente caminha rasteiro. São dias em que estamos em graça, contentes de corpo e lavados de alma, ricos de todos os dons que podem advir de uma comunhão íntima e simultânea com as forças benéficas da terra e do céu. Dons capazes de fazer nascer num estábulo, miraculosamente, sem pai carnal, um Deus de amor e perdão, contra os mais pertinentes argumentos da razão.
Miguel Torga, in ‘Diário (1985)’
